FORÇA AÉREA BRASILEIRA - PAMA-SP Parque de Material Aeronáutico de São Paulo

FORÇA AÉREA BRASILEIRA
PAMA-SP - Parque de Material Aeronáutico de São Paulo

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HISTÓRICO

Logo após o final da Primeira Guerra Mundial, a Força Pública Paulista, órgão que se transformou na atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, criava a Escola de Aviação da Força Pública Paulista, inaugurada em 26/abril/1920. No ano seguinte de sua instalação, no dia 27 de abril, a escola recebia a visita do ilustre inventor Alberto Santos Dumont.

A área do Campo de Marte, localizada nas margens do Rio Tietê, era muito fértil e entrecortada por pequenos córregos. Porções de terra dentro do campo de pouso eram ainda usadas para o cultivo de alface e agrião. Quando a Escola de Aviação foi criada, apesar do terreno pertencer ao município, estava sob o domínio provisório do governo do estado de São Paulo, para uso nos exercício de cavalaria da Força Pública.

Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, as instalações foram ampliadas e ocupadas por tropas estaduais. Nessa época foram construídos três hangares e novas oficinas. O crescimento do complexo não passou despercebido pela força federalista, que empreendeu um ataque com aeronaves Waco CSO, os "vermelhinhos", com o objetivo de destruir os hangares.

Fora desse período conturbado o Campo de Marte já era utilizado para finalidades civis e, em 1933, a Viação Aérea São Paulo ali batizou suas primeiras aeronaves. Dois Monospar 6AL MkII receberam o nome de Bartolomeu de Gusmão e Edu Chaves. Pouco depois, no ano de 1936, foi criado o Núcleo do 2º Regimento de Aviação do Exército, que abrangia o que foi denominado Parque Regional.

Após o início da Segunda Guerra Mundial foi criado o Ministério da Aeronáutica em 20 de janeiro de 1941, e com isso o Parque Regional do exército foi transferido para a nova força, recebendo a nova denominação de Parque de Aeronáutica de São Paulo e ganhando autonomia administrativa.

Desde o seu começo a aviação trabalha nos limites da tecnologia, explorando o máximo do que existe em termos de motores, aerodinâmica, materiais e, principalmente a partir da segunda metade do século passado, elétrica e eletrônica.

Também desde os primeiros passos da aviação a noção da importância dos serviços de apoio para uma força que depende de equipamentos complexos e de alta tecnologia já estava presente. A instalação de oficinas e órgãos de apoio de suprimentos e serviços demonstra que aqueles que operavam aeronaves sabiam da necessidade dessa estrutura para manter a força operacional.

Com essa mentalidade, foram realizadas parcerias com grandes indústrias no pós guerra com o intuito de fortalecer a filosofia de parque industrial e de melhor qualificar o quadro. Em 1952, depois de 10 anos de construções de hangares adicionais e oficinas, contando com a colaboração da Base Aérea de Wright-Patterson da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos), as instalações estavam concluídas, o pessoal treinado e a sistema de manutenção organizado.

Em 23 de janeiro de 1974 o complexo recebeu nova denominação, passando a ser chamado de Parque de Material Aeronáutico de São Paulo.

Durante sua longa história, diversas aeronaves da Força Pública Paulista, do Exército e da Força Aérea passaram por ali, dentre elas o Piper Cub, Fleet, Waco CJO e WSO, Stearman, BT-15 Vultee, B-18, P-40, A-20K, B-25, B-17, Catalina, C-47, F-8/TF-7, SA-16, T-37 e P-16.

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O PAMA-SP HOJE

As aeronaves são máquinas extremamente complexas. Obviamente as aeronaves mais antigas parecem mais simples e rudimentares se vistas de olhos contemporâneos, mas os equipamentos militares nunca são criados com técnicas e materiais obsoletos, principalmente em se tratando de aviação, fundamental em qualquer campo de batalha de uma guerra convencional (e mesmo na maioria dos conflitos não convencionais) desde a Primeira Guerra Mundial.

Equipamentos complexos e operando em condições exigentes exigem cuidado constante. Nem todo serviço de manutenção, porém, demanda ferramentas e um local dedicado como um Parque de Material. Parte da manutenção, então, é realizada diretamente nas bases onde operam as aeronaves. É o que se chama manutenção de Nível Base, e compreende pequenos serviços que devem ser realizados periodicamente e reparos esporádicos que podem ser executados pelos mecânicos do esquadrão.

Os Parques de Material têm como função a manutenção que exige alguma infra-estrutura e/ou ferramental e pessoal especializado. Dependendo do método de manutenção empregado pelo fabricante, se por horas de vôo ou por tempo de serviço (calendarial) é estabelecido um cronograma que deve ser rigorosamente obedecido. A aeronave é enviada para o Parque de Material que desempenha o papel de Parque Central daquele equipamento e lá passa por uma revisão geral que prevê o desmonte completo da aeronave.

No caso do método calendarial, por exemplo, ainda que a aeronave não tenha voado a quantidade de horas previstas no período ou autorizadas, ela será remetida para a revisão geral em data previamente estabelecida. Tais métodos de programa de manutenção são estabelecidos pelo fabricante e devem ser obedecidos por uma série de razões como garantia de peças e serviços.

O PAMA-SP é uma das cinco organizações desse tipo na FAB. Os outros estão localizados no Rio de Janeiro (Afonsos e Galeão), Recife, PE e Lagoa Santa, MG. Além desses, a FAB tem dois Parques de Material especializados, sendo um em eletrônica e outro em material bélico.

Diferente do que pode parecer mais razoável à primeira vista, praticamente todas aeronaves da FAB dependem dos serviços prestados pelo PAMA-SP. Para que se entenda a lógica por trás desta constatação é necessário observar a divisão de tarefas entre os Parques de Material.

Um Parque de Material compreende duas principais atividades fim, a de Parque Central de uma ou mais aeronaves e a de Parque Oficina de determinados sistemas. Cada aeronave da Força é completamente revisada em um dos cinco Parques de Material Aeronáutico espalhados pelo Brasil. Isto não significa dizer que absolutamente todas as peças e sistemas da aeronave em questão serão revisadas naquele Parque. Por razões logísticas, pode ser mais interessante para a Força o envio de certos equipamentos para um outro Parque com uma oficina e pessoal especializados, por exemplo. Já como Parque Oficina o órgão fica responsável pela manutenção de itens recuperáveis de diversas aeronaves.

No caso dos F-5E/F e futuramente dos F-5EM/FM, praticamente todos os sistemas são revisados em São Paulo. O grupo motopropulsor fica a cargo de uma empresa civil especializada.

Cerca de 700 técnicos, entre civis e militares, atuam nas diversas oficinas do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo. Esse número chegou a cerca de 2500 durante a década de oitenta, sendo o corpo militar pouco mais que a metade do contingente. Com a diminuição do número de horas voadas por aeronave e o decréscimo do número de aeronaves na FAB este número passou por uma redução gradativa ao longo dessas duas décadas.

Apesar de uma grande redução na quantidade de profissionais que atuam no PAMA-SP a qualidade dos serviços prestados não sofreu alteração e é visível o orgulho com que os envolvidos nos trabalhos de manutenção comentam seus excelentes resultados. Fruto de muita dedicação e criatividade para superar as dificuldades.

O PAMA-SP será brevemente encarregado da manutenção da frota dos 12 novos cargueiros CASA C-295 Amazonas, adquiridos recentemente da Espanha, e que irão substituir os C-115 Buffalo.

De acordo com o Programa CT-X, a FAB pretende instalar, nas dependências do PAMA-SP, uma fábrica para a construção da nova aeronave regional de transporte tático militar, que irá substituir a frota dos Bandeirante. Esta aeronave terá de ser robusta e de alta durabilidade e tendo como foco o atendimento da Amazônia Legal (onde não há infra-estrutura de transporte adequado), o CAN (Correio Aéreo nacional) e a aviação regional, ligando pequenas cidades às capitais. Neste último mercado em particular são estimadas 80 aeronaves, enquanto que para a FAB são necessárias 50 no mínimo. Demais características da nova aeronave seriam: capacidade mínima de carga de 2.000 Kg; trem de pouso fixo; fuselagem com porta de carga e rampa traseira, com possibilidade de lançamento de carga e pára-quedistas. A escolha final caiu no EADS/CASA 212 e o início da fabricação está previsto no decorrer de 2007.

  

última atualização em 20/setembro/2006

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