FORÇA AÉREA BRASILEIRA - PROGRAMA VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado

FORÇA AÉREA BRASILEIRA
Programa VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado

 

CTA estimula veículos não tripulados

O Mercado alvo são as operações de reconhecimento aéreo e monitoramento da natureza, entre outros. O CTA Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, reconhecido como um dos mais importantes centros de ensino, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia aeroespacial da América Latina, também está se tornando um importante pólo tecnológico na área de veículos aéreos não tripulados (VANT). A Embravant, especializada na produção desses veículos, acaba de instalar uma unidade na incubadora de empresas de base tecnológica, inaugurada ontem no CTA.

Primeira incubadora de tecnologia aeroespacial do País, a IncubAero iniciou suas atividades com seis empresas e atividades voltadas para as áreas de veículos aéreos não tripulados, homologação aeronáutica, segurança e inspeção industrial. O empreendimento, instalado em uma área de 900 metros quadrados, é um projeto gerenciado pela Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF), organização de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico, em parceria com o ITA/CTA, Sebrae, Ciesp Regional e Prefeitura de São José dos Campos.

A localização da Incubaero é considerada estratégica pelas empresas incubadas, que poderão utilizar as facilidades de infra-estrutura e laboratórios oferecidas pelo CTA/ITA no desenvolvimento dos seus projetos. O CTA também acumula experiência na área de veículos aéreos não tripulados e está à frente do desenvolvimento de um VANT com aplicações civis e militares de reconhecimento aéreo, monitoramento de recursos naturais, redes elétricas e de dutos de petróleo.

O projeto do CTA tem um custo estimado de R$ 27 milhões. Parte desse valor, cerca de R$ 10 milhões, está sendo financiado pela Finep e o restante pela FCMF, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército (IPD) e Instituto de Pesquisas da Marinha (IPQM). Segundo o coordenador do VANT no CTA, Flávio Araripe, o objetivo do projeto é o desenvolvimento de um sistema de navegação e controle que terá aplicação em veículos aéreos não tripulados.

"Em 2006 faremos os testes em vôo das versões preliminares desses sistemas, utilizando duas plataformas ou aeronaves já existentes - o Acauã, veículo desenvolvido pelo CTA na década de 80 e o Harpia, da Marinha, ambos com três metros de envergadura", explicou.

A Flight Technologies, uma das empresas da IncubAero, também pretende participar de projetos de veículos aéreos não tripulados. "Fizemos uma parceria com a Embravant para desenvolver a parte de modelagem e o projeto do sistema de controle dos veículos da empresa", explica um dos diretores da Flight, Nei Salis Brasil Neto.

A Embravant iniciou o desenvolvimento do seu primeiro modelo de VANT em 2003, com o projeto Gralha Azul. Dois protótipos da aeronave, que tem 3,75 metros de envergadura e 2,56 metros de comprimento, já fizeram diversos testes em vôos telecomandados. "No final de 2004 entramos em uma nova fase do projeto, visando um veículo autônomo, com sistema de pilotagem e navegação baseados em GPS e outros sensores", explica um dos diretores da Embravant, Valter Ricardo Schad.

O mercado alvo para os veículos da Embravant, segundo Schad, são os setores de transporte, topografia, imageamento em geral (aerofotogrametria, aerofilmagens), supervisão e reconhecimento, levan-tamento de dados, monitoramento agropecuário, aplicação de produtos químicos em plantações, entre outros.

"A principal vantagem do VANT é o custo operacional, que chega a ser três vezes mais barato do que o de uma aeronave tradicional. Além de não ser operado por um piloto, pode fazer operações de maior risco, como vôos em altitudes muito baixas", disse. O custo unitário de um VANT, segundo Schad, varia conforme a versão, mas gira em torno de R$ 80 mil.

O mercado de VANT, segundo o diretor do CTA, brigadeiro Adenir Siqueira Viana, está em expansão. Segundo previsão do Departamento de Defesa dos EUA, os gastos com o desenvolvimento dos chamados unmanned aerial vehicle (UAV), devem totalizar US$ 3,2 bilhões em 2009. Os gastos mundiais com pesquisa de veículos não tripulados devem atingir a cifra de US$ 8 bilhões em 2008. No Brasil, segundo o diretor da Flight Technologies, Benedito Maciel, existem atualmente mais de 10 iniciativas públicas e privadas na área de VANT. A Universidade de São Carlos, o Centro de Pesquisa Renato Archer, em Campinas e a Fitec (Fundação para Inovações Tecnológicas), também desenvolvem projetos semelhantes. O veículo FiTuav, da Fitec, com apenas 2,40 metros de envergadura, tem capacidade de voar de forma autônoma e de transportar uma carga máxima de aproximadamente 2,5 kg.

Gazeta Mercantil 22 Novembro 2005

 

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Criada comissão para "obter"
pequeno avião militar não-tripulado (VANT)

O Ministério da Defesa dá início a um projeto considerado estratégico para os militares: a aquisição de um "veículo aéreo não-tripulado", o VANT, monitorado por controle remoto. É uma espécie de avião de pequeno porte, utilizado em ações militares sigilosas, operações policiais urbanas e até na agricultura.

Fontes do Ministério da Defesa revelam que a principal utilização do Vant é o monitoramento de áreas de conflito, exemplo do controle do avanço das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) rumo à fronteira brasileira. Outra utilização do veículo é a inspeção preventiva de gasodutos e oleodutos.

O projeto inclui como atribuições do Vant as ações de "vigilância policial em áreas urbanas". O veículo tem câmeras, radares e sensores de luz infravermelha para o levantamento de informações, e será também utilizado na vigilância de áreas florestais e no controle de safras agrícolas. O projeto inclui equipamentos para levantamento de recursos florestais e controle de grandes queimadas.

O primeiro passo da compra do VANT foi dado pelo ex-ministro da Defesa, José Viegas Filho, que assinou portaria criando uma comissão permanente para "obtenção de Vant". Participam da comissão representantes do Ministério da Defesa e dos comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

A participação de todos os comandos militares na comissão é estratégica, segundo os militares, como forma de aparar as divergências técnicas e construir um veículo que atenda às diferentes necessidades. Oficiais do Exército defendem a construção de um Vant especial para monitoramento de fronteiras. Na Aeronáutica, a idéia era um Vant que também tivesse a função de ataque, com decolagem horizontal. Na Marinha, os oficiais queriam um Vant para exercícios de alvo, que fizesse decolagens verticais, para pouso em navios. "O Vant vai atender às três Forças", disse um oficial do Ministério da Defesa.

A intenção dos militares é construir o Vant com tecnologia preferencialmente nacional. Os oficiais não revelam se o novo veículo incorporará tecnologia anti-radar, por exemplo, mas dizem, no entanto, que o veículo poderá incorporar recursos de "desmagnetização" para não ser facilmente localizado. O custo inicial do Vant, segundo os militares, é de R$ 9 milhões. Mas o preço final do projeto depende do tipo de equipamentos sofisticados e do número de operações para as quais o veículo será equipado.

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Brasil já desenvolve o veículo não tripulado

O CTA Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial está à frente do desenvolvimento de um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) para ser empregado em missões civis e militares de reconhecimento aéreo, monitoramento de recursos naturais, redes elétricas e de dutos de petróleo. O projeto já foi incluído nas diretrizes políticas do Ministério da Defesa e conta com o suporte financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que destinará R$ 10,2 milhões ao seu desenvolvimento, previsto para ser iniciado até fevereiro de 2005.

A Avibrás Aeroespacial foi selecionada como parceira industrial do projeto Vant, tendo em vista a experiência adquirida pela empresa com o desenvolvimento do veículo americano Scorpion, sob o qual possui os direitos de fabricação.

O custo total do projeto é estimado em R$ 27 milhões. O valor inclui, além da parte da Finep (R$ 10,2 milhões) a contrapartida das demais organizações envolvidas: Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército (IPD), Instituto de Pesquisas da Marinha (IPQM) e todos os institutos vinculados ao CTA.

O CTA coordena o projeto, através do IAE, que já acumula experiência na área de VANT, com o desenvolvimento do veículo Acauã, na década de 80. Na fase atual, está previsto o reaproveitamento do Acauã como plataforma, mas seus sistemas eletrônicos serão melhorados e o motor substituído por um mais potente.

Projetado inicialmente para atender as necessidades do programa do míssil Piranha, atual MAA-1, o veículo Acauã incluiu o desenvolvimento de uma propulsão convencional (motor a pistão e hélice). Na época o IAE produziu três protótipos, mas o projeto foi descontinuado devido a falta de recursos.

Previsto para ser concluído em três anos, a novo projeto de Vant, a cargo do CTA, dará ênfase ao desenvolvimento de sistemas de navegação e controle (parte eletrônica), permitindo a sua utilização em diferentes plataformas. "Temos a disposição três tipos de plataforma: a do Acauã, a da Avibrás, com o veículo Scorpion e também o alvo aéreo desenvolvido pela Marinha, usado em ensaios de canhões e mísseis de navios", comenta Araripe.

Numa etapa futura e posterior ao desenvolvimento do Vant, o CTA irá trabalhar no projeto de um alvo aéreo manobrável com propulsão a jato, utilizando turbina de baixa potência. Além do CTA, outras instituições brasileiras também investem no desenvolvimento de veículos não tripulados.

O Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas, trabalha hoje com o projeto de um mini-dirigível adquirido na Inglaterra. A Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolve o projeto Aurora, com o apoio da Embrapa. O objetivo é o desenvolvimento de aeromodelos para a obtenção de imagens aéreas para monitoramento ambiental e agrícola.

As aeronaves não tripuladas têm sido projetadas para vários tipos de missão, mas a origem desses veículos está ligada a área militar, como alvos aéreos manobráveis, reconhecimento tático, guerra eletrônica, entre outras. Mísseis antinavio, bombas guiadas propulsadas ou planadas também são classificadas como aeronaves não tripuladas. Um dos primeiros registros de aplicação militar desse tipo de veículo foi na segunda guerra mundial, pela Alemanha, com o lançamento da bomba voadora V-1.

Outro marco histórico da utilização dos vant foi durante a Guerra do Líbano, em 1982, no Vale do Bekaa, quando Israel conseguiu destruir 16 das 17 baterias antiaéreas sírias, depois de fazer o reconhecimento do local com um alvo aéreo não tripulado. Também ficou conhecida a utilização do veículo americano "Predator" em 2002, durante a guerra do Afeganistão. Este foi considerado o primeiro emprego real de um veículo não tripulado com o lançamento de míssil.

O crescimento do emprego militar dos vant teve um pico após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando os Estados Unidos mais do que duplicaram o orçamento destinado aos projetos de aeronaves não tripuladas. Segundo previsão divulgada em 1999, pelo Departamento de Defesa Norte-Americano, os gastos com o desenvolvimento dos chamados "unmanned aerial vehicle" (UAV), devem totalizar US$ 3,2 bilhões em 2009.

O mercado mundial de veículos não tripulados, que em 1998 registrou investimentos da ordem de US$ 2 bilhões, deverá atingir em 2008 gastos de US$ 8 bilhões. Segundo Araripe, essa estimativa já pode ser considerada conservadora, tendo em vistas as projeções atuais. Empresas do porte das americanas Boeing e Lockheed Martin, da francesa Dassault e da sueca Saab investem pesado no desenvolvimento de novas versões de combate de aeronaves não tripuladas, com o lançamento de armamentos.

"A utilização dos aviões de combate não tripulados é uma tendência mundial que tende a se consolidar num prazo de 20 a 30 anos, podendo substituir grande parte dos pilotos, hoje a parte mais cara de uma equipagem de caça".

O objetivo do projeto brasileiro, no entanto, tem como foco as aplicações civis, como vigilância policial de áreas urbanas e de fronteira, inspeções de linhas de transmissão de energia, monitoramento de dutos de petróleo, e também, o levantamento de áreas agrícolas, acompanhamento de safra, controle de pragas e de queimadas.

É muito mais barato fazer isso por meio de um vant. A utilização de aeronaves tripuladas e de helicópteros representam um custo altíssimo, principalmente para as companhias de distribuição de energia, que precisam fazer o monitoramento constante de suas linhas.

 

última atualização em 04/agosto/2006

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